
Em dois anos, quadruplicam as vítimas de vazamento
de fotos íntimas
O número de vítimas de vazamento de "nude selfies", ou vídeos íntimos divulgados sem consentimento, quadruplicou no Brasil em dois anos. No ano passado, 224 internautas procuraram o serviço de ajuda da SaferNet, organização de defesa de direitos humanos na web, para denunciar o crime cibernético conhecido como "revenge porn" - pornografia de vingança, em tradução livre. Em 2012, 48 casos haviam sido registrados pela entidade.
O vazamento de imagens íntimas atinge principalmente mulheres, que representam 81% dos casos denunciados. A cada quatro vítimas, uma delas é menor de idade.
A estudante Mônica Pimentel, 18, de Sorocaba, interior de São Paulo, encaixa-se nos dois perfis: é mulher e era menor de idade quando sofreu com o vazamento de material íntimo. Cinco fotos e um vídeo em que aparece tomando banho foram feitos quando tinha 14 anos e começaram a ser compartilhados pela primeira vez após dois anos, em sites, grupos de bate-papo e redes sociais.
Em Teófilo Otoni, muitos casos aconteceram entre 2013 e 2015. Alguns mais retumbantes, como o caso da suposta funcionária da Farmácia Indiana e outros menos divulgados que, por sorte da vítima, não alcançam o grande público. Seja como for, o fato é que muitos casos de vazamento continuam sendo verificados em Teófilo Otoni, vitimizando, sobretudo, as mulheres.
Por ter força de um poderoso fetiche, ou usada como uma demonstração de amor exigida por uma das partes, os vídeos e fotos seguem sendo feitos e sendo vazados na internet, como dizem alguns especialistas. De tempo em tempo, um caso surge na região. E segundo autoridades ligadas ao tema, mesmo que casos de exposição pública não surjam, fotos e vídeos que tenham sido feitos permanecem guardados como uma bomba-relógio que tira o sono de muita gente.
Publicado em 07/07/2015, 09h33min - Exclusivo VOX

Autoridades sugerem que, em caso de vazamento de conteúdo íntimo, a vítima deve procurar organizações policiais, onde obteriam informações de como se comportar. Em Teófilo, já houve caso de indenização financeira.
